sexta-feira, 5 de maio de 2017

56 A – 14.ª parte


XLV– A imprevista utilidade do Relatório circunstanciado da minha actividade, na Região de Vila Nova de Cerveira - Caminha - Ponte de Lima, cuja apresentação me foi exigida, sem o texto estar acabado e sem a revisão final, invocando a sua urgente necessidade


Conforme já disse, (Ver post 56 A - 9-ª parte), do abuso de autoridade de Alcides Rodrigues Pereira, não resultou a proclamada reprogramação das investigações mineiras, na Região de Vila Nova de Cerveira - Caminha - Ponte de Lima.

Muito pelo contrário! O que, de facto, sucedeu foi a rápida extinção do núcleo de Caminha, como consequência do somatório de erros grosseiros, praticados pelo recém-licenciado Engenheiro Laurentino Rodrigues, que Alcides designara para me substituir, na chefia desse núcleo.

O facto de Laurentino ter aceite o cargo e até se ter submetido à supervisão do Geólogo Francisco Viegas, que era um dos mais perniciosos funcionários do SFM, foi para mim extremamente surpreendente.

Tendo em consideração os auxílios que lhe prestei, durante anos, para a sua formação académica, quando estudante – trabalhador, o carácter que revelou, foi, com minha grande consternação, idêntico ao dos traidores da 1.ª Brigada de Prospecção.

No post N.º 158, mencionei os capítulos do Relatório circunstanciado, que tinha em curso, realçando as 246 peças desenhadas, por mim próprio elaboradas, face à incapacidade declarada pelo Chefe da Sala de Desenho de delas se poder encarregar.

Extinta a Secção de Caminha do SFM, apenas me constavam estudos de geologia pelo Professor Leal Gomes da Universidade de Braga, meu ex-aluno, que detectou a presença de vários minerais de lítio, e da Dr.ª Raquel Alves que fez investigações na zona de Vilar de Mouros.

Cerca de 10 anos após a minha aposentação, o docente da Faculdade de Ciências do Porto, João Domingues Coelho, que tinha sido meu aluno, mostrou interesse em consultar o Relatório que Alcides me exigira.

Perante tal interesse, enderecei carta ao Eng.º Luís Costa na sua qualidade de Presidente do Organismo designado por “Instituto Geológico e Mineiro”, que passou a abranger as antigas funções do SFM, mas que, como já referi. era um arremedo do que eu havia proposto. (Ver 56 A . 13.ª parte. Continuação 3)

Estranhamente, não foi fácil encontrar esse Relatório!

Só após longo tempo se conseguiu localizá-lo.

Estava na posse do Geólogo João Farinha, que havia ingressado no SFM, quando Union Carbide, onde foi colaborador, abandonou o País.

Não fiquei a saber que uso João Farinha esteve a fazer deste Relatório.

Só então foi enviado ao Dr. João Coelho, que me disse ter feito cópias de todas as 246 peças desenhadas, não informando se o texto, em parte dactilografado e em parte manuscrito também lhe fora facultado.

João Coelho foi orientador da Dr.ª Cláudia Coelho, na sua tese de mestrado.

O tema da dissertação foi “Modelação e cálculo de recursos de um corpo do jazigo tungstífero de Covas, V.N. de Cerveira, NW Portugal”.

Concluído o mestrado, Cláudia Coelho, teve a gentileza de solicitar a minha opinião sobre o seu trabalho.

 Num dos vários e-mails, que trocamos, anexou as 147 páginas da sua dissertação.

Embora manifestasse acordo com a atribuição de tal grau académico, perante as qualidades de investigadora demonstradas, não pude deixar de exprimir a minha grande estranheza, por não terem sido mencionados fundamentais documentos, alguns até publicados, que o seu orientador, obviamente, conhecia.

Sugeri-lhe a consulta ao meu blog, para ficar a saber como certos portugueses, investidos no poder, a lembrar Camões, no Canto IV, Estância 33 dos Lusíadas (Entre os portugueses, traidores houve algumas vezes) infringindo leis e a Constituição da República, alienaram, em prol de potências estrangeiras, valiosos recursos minerais, com que a Natureza generosamente nos dotou.

A Dr.ª Cláudia Coelho respondeu: “Claro que terei todo o gosto em ler o seu blog. É sempre bom saber o que me espera, se conseguir trabalho na área.”

O caso da Dr.ª Raquel Alves foi, para mim, uma extraordinária revelação. A ele dedicarei o próximo post.