segunda-feira, 28 de setembro de 2009

92 – O agravamento da indisciplina no SFM, após a Revolução de 25 de Abril de 1974

Quando ocorreu a Revolução de 25 de Abril de 1974, grandes foram as esperanças de que terminassem as arbitrariedades do Director-Geral de Minas e as atitudes obstrucionistas do Director do SFM, que ostensiva e impunemente vinham sendo praticadas, com grave prejuízo para o cumprimento dos objectivos para que o SFM tinha sido criado.
Já me referi, no post N.º 72, aos primeiros efeitos negativos da Revolução, por errada interpretação das liberdades instituídas.
Os efeitos seguintes foram quase sempre muito mais negativos.
O autor da expressão “Deram voz activa a quem nem passiva devia ter” ainda foi muito condescendente.
Para se manterem nos cargos, que indevidamente ocupavam, o Director-Geral e o Director do SFM passaram a fazer cedências de toda a espécie.
Alteraram totalmente o seu anterior comportamento que se caracterizava por grande desrespeito pelos funcionários contratados ou assalariados, sobretudo por aqueles que mais se empenhavam em realizar trabalho válido.
Já me referi ao facto de não terem tido a mínima preocupação em oficializar os cargos de chefia, não lhes atribuindo as correspondentes remunerações, ao mesmo tempo que mantinham dependente do seu arbitrário critério a manutenção ou substituição dessas chefias. (Ver post N.º.71)
O meu caso pessoal pode considerar-se paradigmático, pois tendo sempre exercido funções de chefia, nunca me foi atribuída a correspondente compensação.
Mantive-me durante 29 anos (!) com a categoria de Engenheiro de 1.ª Classe, com a responsabilidade das mais importantes tarefas de toda a Direcção-Geral de Minas, e pude ser demitido, sem hipótese de recurso, da chefia de um departamento por mim organizado, que eu ambicionava viesse a ser o gérmen de um Organismo de Investigação Mineira, ao nível do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
Já me referi também ás enormes dificuldades em passar alguns assalariados à classe de contratados e em conseguir exíguos aumentos salariais para evitar a fuga de elementos fundamentais que tinham adquirido especialização nas Brigadas que chefiei, em muitos casos, sob minha directa orientação.
O Director-Geral de Minas, após a Revolução, não mais arriscou fazer convocatórias para reuniões da Comissão de Fomento.
Sentindo o seu cargo periclitante, face ao uso de bens do Estado em benefício pessoal que, sem pejo, ostensivamente fazia, e ao deficiente funcionamento de departamentos sob sua directa dependência, resolveu procurar apoios, contactando, ele próprio, funcionários dos mais importantes núcleos de actividade.
Nestes contactos, foi pródigo em promessas de promoções, compensações e outras regalias, que declarava só se terem tornado possíveis de concretização, nas circunstâncias criadas pela Revolução.
Foi com esta atitude determinada que se apresentou no meu gabinete, em S. Mamede de Infesta, em 15-7-1974.
Oficializava, então, a minha qualidade de representante da Direcção-Geral de Minas junto da Empresa canadiana "Intermine", para eu poder ser remunerado pelas funções que, efectivamente vinha desempenhando.
Dava, para o atraso que se verificara, a justificação “esfarrapada” da relutância do Secretário de Estado nesta nomeação, tendo ele tido até imensa dificuldade em convencer este membro do Governo a aceitar a sua proposta.
Já me referi, no post N.º 34, a tão descarada mentira. Eu tinha conhecimento, através do cognominado Ajax que a minha nomeação se não verificaria, como represália pelas divergências que vinha manifestando nas reuniões da Comissão de Fomento relativamente a decisões do Director-Geral, que considerava dificultarem os estudos a meu cargo.
No decurso da conversa, ficou claro que eu não apoiaria a permanência do Engenheiro FSC no cargo de Director-Geral.
Seguindo a sua estratégia, passou a visitar, com assiduidade a 1.ª Brigada de Prospecção, onde tinha introduzido o Geólogo, seu afilhado, Dr. Delfim de Carvalho. Aí exaltou os êxitos da equipa, desvalorizando o papel fundamental que eu neles tive.
Apesar da ligação afectiva ao Dr. Delfim de Carvalho, não ousaria pensar que lhe fosse tão fácil obter o apoio generalizado desta Brigada.
Relativamente aos Serviços Geológicos, que tão depreciados eram durante as reuniões da Comissão de Fomento, perante a fraca produção de cartas geológicas à escala de 1:50 000, com excessivo apoio no trabalho de Colectores, passou a mostrar-se admirador de Geólogos da nova geração recentemente admitidos, que usavam uma linguagem que lhe não era familiar.
Tectónica de placas, dobras de várias fases, cavalgamentos, carreamentos, etc… eram matérias de que pouco entendia, que o deixavam maravilhado com tanta sabedoria. O Ajax, na época em que tinha desabafos em conversas comigo, costumava salientar a cultura do Director-Geral, baseada nas Selecções do “Reader’s Digest”.
Estes elogios aos novos Geólogos eram obviamente acompanhados de promessas de justa retribuição, através da reestruturação que anunciava.
Dos geólogos novatos do chamado grupo dos scheeliteiros, também era de esperar todo o apoio, pela honra que lhes fora concedida de agirem sob sua directa orientação.
No que ao SFM dizia respeito, o seu Director, agora convertido ao espírito democrático introduzido pelo Movimento das Forças Armadas (Ver post N.º 70) também não poupou esforços para se manter no cargo.
Por sua iniciativa, ou com a sua anuência e até colaboração, foram criadas no SFM, Comissões com os mais variados pretextos.
Desrespeitando a “Orgânica” que tinha instituído em fins de 1963 (Ver post N.º 27), passou a colaborar na criação de novos Órgãos directivos, sem todavia extinguir os que se encontravam em actividade.
Instituiu, deste modo, um verdadeiro caos!
O 1.º Serviço, agora reduzido à 2.ª Brigada de Prospecção, com as suas Secções em Caminha e em Talhadas, após a amputação da 1.ª Brigada com sede em Beja, não se deixou afectar pela indisciplina que estava a ser introduzida
Mas teve que enfrentar numerosos obstáculos propositadamente criados pelo Director ou pelas Comissões em que participou.
O pessoal das Secções de Caminha e de Talhadas deu lições de disciplina, de lealdade e de civismo, recusando aceitar ordens que me retiravam a chefia destas Secções, emanadas de uma das Comissões de sua inspiração, declarando-as ilegais, com sólidos argumentos que apresentou.
Nas muitas reuniões que se realizaram, na sede do SFM, dentro e fora do horário normal de trabalho, muito tempo se desperdiçou em discussões absolutamente inúteis.
As intervenções do Director foram, em geral, de tal natureza que me fizeram duvidar da sua sanidade mental.
Em próximos posts, irei referir-me a alguns dos obstáculos incríveis criados pelo Director Geral e pelo Director do SFM para me impedir de realizar as tarefas de fomento mineiro em que teimosamente me mantive empenhado.
Irei também revelar as numerosas tentativas que fiz par evitar a extinção do SFM.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

91 - A minha demissão da chefia da 1.ª Brigada de Prospecção. Continuação 10

Passo a responder às restantes perguntas formuladas no post 84

Pergunta N.º 2 – Os assalariados, que constituíam a grande maioria do pessoal da 1.ª Brigada de Prospecção, muitos deles já com longa permanência no SFM e candidatos a futura contratação, ou não foram convidados a subscrever o documento acusatório, por não terem sido afectados pela Ordem de Serviço sobre as ajudas de custo, ou se o foram, recusaram subscrever esse documento por discordarem do seu texto.
Um elemento da Brigada do Sul, Francisco de Carvalho Bastos, que tinha participado, na sede do SFM em S. Mamede de Infesta, em reunião de uma das muitas comissões geradas no pós-25 de Abril, em representação dos assalariados de todas as Brigada do SFM existentes a Sul do Rio Tejo, abordou-me para revelar o repúdio dos seus representados, relativamente ao texto do documento acusatório.

Pergunta N.º 3 – Os enormes “prejuízos” que eu ocasionei ao País, no planeamento, execução e controle das vastas e delicadas tarefas da 1.ª Brigada de Prospecção, estão bem patentes nas maiores descobertas que o SFM fez em toda a sua existência.
Os posts seguintes são bem esclarecedores a este respeito:
N.º 9 – O primeiro grande êxito do SFM
N.º 11 – Prospecção de pirites no Baixo Alentejo
N.º 16 – A valorização da Região de Cercal – Odemira pelo SFM
N.º 17 – A descoberta do jazigo de chumbo, zinco e cobre do Torgal
N.º 18 – A descoberta de ouro na região de Montemor-o-Novo
N.º 19 – Minas de zinco da região de Moura
N.º 21 – O jazigo de cobre de Aparis
N.º 35 – A descoberta do jazigo de pirite complexa da Estação, em Aljustrel
N.º 36 – A descoberta do jazigo de pirite complexa do Gavião, em Aljustrel
N.ºs 37 a 43 – A descoberta do jazigo de pirite complexa de Neves-Corvo, na região de Castro Verde - Almodovar
N.º44 – O jazigo de zinco, chumbo e cobre de Algares de Portel
N.º 45 – A descoberta do jazigo de ferro de Vale de Pães, na região de Cuba - Vidigueira
N.º 46 – A descoberta do jazigo de ferro da Alagada, na região de Elvas
N.º 67 – O jazigo de ferro de Moncorvo

Pergunta N.º 4 – Na sua ânsia de encontrarem motivos de acusação, nem repararam na incoerência das suas afirmações! Era óbvio que o Director do SFM e o pessoal da 1.ª Brigada de Prospecção tinham plena consciência dos efeitos negativos, que iriam resultar do meu afastamento da orientação desta Brigada.

Pergunta N.º 5 - O Director mostrava-se muito mais preocupado em manter o cargo, que sentia ameaçado, perante a sua incompetência profissional, do que com a eficácia do Organismo que, só por influências político-religiosas lhe havia sido confiado.

Pergunta N.º 6 – Não me recordo de quaisquer “ideias novas“ que tenham sido apresentadas pelos subscritores do documento acusatório.
Lembro-me, sim, de lhes enviar fotocópias de artigos de revistas que eu regularmente consultava na sede do SFM, para eles tomarem conhecimento de aperfeiçoamentos que se iam conseguindo quer no uso de técnicas de prospecção, quer na interpretação dos resultados da aplicação destas técnicas.
Quando, em reuniões me referia a estes artigos, verificava que, as mais das vezes, não tinham sido lidos!

Pergunta N.º 7 – Nesta pergunta está já contida a resposta. Nunca foi meu hábito fazer promessas, sabendo quão difícil seria cumpri-las, no ambiente do SFM que só me não foi adverso durante a direcção do saudoso Engenheiro António Bernardo Ferreira.

Pergunta N.º 8 – Fui sempre eu o principal prejudicado na remuneração que me foi atribuída, pois nunca fui compensado pelas funções de chefia que exerci, nem pelas imensas horas extraordinárias que dediquei ao SFM, incluindo muitos sábados e domingos e prescindindo, em muitos anos, do gozo da licença graciosa a que tinha direito…
Além disso, os meus boletins itinerários traduziam fielmente as minhas deslocações e ausências da sede em Lisboa, que me tinha sido fixada. Tinha-se tornado rotineira a apresentação de uma despesa com deslocações a pé que realmente se não efectuavam. A essa rotina eu não aderi.
Todos os Engenheiros e Geólogos recebiam, por isso, importância líquida muito superior à que eu obtinha mensalmente e com muito menos trabalho, e responsabilidade.

Pergunta N.º 9 – Os Técnicos superiores da 1:ª Brigada de Prospecção residentes em Beja quiseram assumir, conjuntamente com os Serviços Geológicos, posição de destaque, demonstrativa de uma preocupação pelo aperfeiçoamento da eficácia da DGMSG, que, na realidade, se traduzia na criação de novas categorias com melhores remunerações, às quais esperavam candidatar-se.
Na sua atitude indisciplinada, sabiam ter o apoio do Director-Geral, padrinho de Delfim de Carvalho, a quem se deveu, sem dúvida, a iniciativa de se mostrar diligente na resolução de tão candente problema. Esquecera-se do velho provérbio: “Ne sutor ultra crepidam” – “Não vá o sapateiro além da chinela”.

Pergunta N.º 10 - Esta deslocação teve apenas por objectivo demonstrar ao Director-Geral o reconhecimento do pessoal contratado da 1.ª Brigada de Prospecção por ter resolvido o problema das ajudas de custo, artificialmente criada pelo Director do SFM, ao consentir que esses contratados preenchessem os seus boletins itinerários declarando saídas diárias ao campo – que não faziam – para continuarem a receber mensalmente quantitativo idêntico ao que auferiam antes da emissão da célebre Ordem de Serviço.

Pergunta N.º 11 – Aderiram à proposta de criação do Instituto, que abraçaram abertamente, tendo anteriormente ignorado a minha proposta precursora desse Instituto, como adeririam a qualquer outra proposta que pudessem aproveitar em proveito próprio. Mais uma demonstração da falta de carácter que, durante a minha chefia, eu não dera grandes oportunidades de se revelar.

Pergunta N.º 12 – Durante os 15 anos que decorreram desde o meu afastamento da chefia da 1.ª Brigada de Prospecção até à data da minha aposentação, nenhum êxito foi conseguido. Pretendeu apresentar-se como um grande sucesso a descoberta de mineralização cuprífera na área do Salgadinho da região de Cercal do Alentejo, mas além de não ter sido demonstrada a existência de jazigo, a descoberta da ocorrência é de minha exclusiva responsabilidade.
A descoberta do muito propagandeado jazigo da Lagoa Salgada será, oportunamente, objecto de post que lhe será especialmente dedicado.
Não quero, no entanto, deixar de revelar que a inclusão da região de Alcácer do Sal na Faixa Piritosa Alentejana é de minha autoria, e resultou de eu próprio ter encontrado na Mina de manganés do Penedo do Frade, os jaspes e as rochas vulcânicas porfíricas típicas desta Faixa.

Pergunta N.º 13 - A respeito das minhas incompatibilidades, devo declarar que não me conto entre as pessoas que se vangloriam de ter boas relações com toda a gente.
Não consigo bom relacionamento com pessoas desleais ou desonestas, quando descubro nelas tais características.
Ao contrário do que afirmam os subscritores do famigerado documento, na DGMSG, mantive sempre as melhores relações com a quase totalidade dos seus funcionários, independentemente da sua categoria.
Não haveria dentro de toda a Direcção-Geral de Minas, particularmente dentro do SFM, outro técnico superior que mantivesse melhores relações com tão grande número de pessoas.
Ocorre-me ainda referir as excelentes relações com concessionários mineiros radicados no Sul do País e com representantes de grandes empresas e grupos empresariais estrangeiros, que eram sistematicamente encaminhados para comigo contactarem, quando se mostravam interessados em fazer investimentos mineiros em Portugal.
Constituíram infelizes excepções até à data do documento acusatório, além do imprevisível caso do Agente Técnico de Engenharia que referi post N.º 89, as relações de trabalho com dois Directores do SFM, com um Director-Geral e com dois Engenheiros medíocres que estiveram destacados na Brigada do Sul, sob minha chefia.
Relativamente ao Director do SFM nomeado após o falecimento do Engenheiro António Bernardo Ferreira, ocorre-me a sua declaração, quando confrontado com o meu interesse em melhorar a qualidade dos estudos de que estava encarregado.
Disse ele: alguns técnicos têm de ser espicaçados para produzirem trabalho útil; outros têm de ser travados nas suas iniciativas! Não temos que ter a preocupação de tudo descobrir! Teremos que deixar algumas descobertas para as gerações vindouras!
O Director do SFM, que se seguiu, e que tinha sido meu colega de curso, sempre se mostrou invejoso das minhas capacidades e, em vez de as aproveitar para benefício do Organismo que lhe foi confiado, decidiu tomar atitude oposta, esquecendo-se de que seria ele um dos maiores beneficiários dos êxitos que se conseguissem.
Referir-me-ei, em post que oportunamente apresentarei, a reacção deste Director, em reunião que provoquei, na Secretaria de Estado da Indústria, em Lisboa, com presença do Director-Geral e de representante do Secretário de Estado Baião Horta.
Nesta reunião, eu iria contestar a continuação destes dois dirigentes nos cargos que ocupavam. Para dar peso às afirmações que ia fazer, comecei por dar informação sobre o meu currículo. O Director do SFM reage, então deste modo: Se ele fez tudo isso, foi porque eu deixei!
E desta insólita afirmação não resultaram as consequências imediatas, que seriam de esperar, para garantir a dignidade da função! Afinal o Director interpretava que uma das suas atribuições seria criar obstáculos aos funcionários que bem desempenhavam a sua actividade profissional!
No que diz respeito ao Director-Geral, que sucedeu ao Engenheiro Luís de Castro e Solla, o seu mandato até começou bem, e o facto de ser colega da minha geração (tinha concluído a sua licenciatura, um ou dois anos antes de mim) e o nosso amigável relacionamento, quando ele exercera o cargo de Chefe da Circunscrição Mineira do Norte, fizeram alimentar boas expectativas quanto ao evoluir dos trabalhos no SFM.
Já me referi, em posts anteriores, ao seu apoio inicial à minha actividade e à sua desvalorização da autoridade do Director do SFM, cuja incompetência reconhecia, mas que tivera que nomear por indicação de membro do Governo.
Dizia-me ele, perante os meus receios da actuação negativa deste novo Director, que abertamente lhe manifestei, que essa ocupação do cargo seria meramente transitória.
Mas, infelizmente, as expectativas tiveram curta duração e a permanência do novo Director do SFM no cargo, até se tornou favorável para o uso e abuso que fez, em proveito próprio, das possibilidades deste Organismo, que passou a dominar completamente.
O Director-Geral, entusiasmado com os êxitos que vinham sendo conseguidos nas Brigadas sob minha jurisdição, passou, como já disse, a orientar directamente algumas campanhas de prospecção e a prejudicar aquelas que eu mantinha a meu cargo.
Daí resultou quebra na boa harmonia antes existente, que acabou por me levar à denúncia, a nível do Governo, da indisciplina que estava a prejudicar fortemente a eficácia de importante Organismo de criação de riqueza.
Quanto a dois colegas que estiveram integrados na Brigada do Sul, cedo reconheci a sua mediocridade, tornando-se-me difícil ocultá-la aos Agentes Técnicos de Engenharia, que chefiavam Secções sob sua orientação.
Muitas vezes tive que corrigir os seus erros, apesar dos muitos ensinamentos que lhes transmiti.
Em vez de exprimirem gratidão, resolveram tomar atitudes que pudessem agradar ao Director do SFM, de modo a prejudicarem a minha imagem, com duvidosas intenções.
O caso do Agente Técnico de Engenharia, ao qual foi instaurado processo disciplinar foi bem revelador do carácter de um desses colegas, que conhecendo bem as razões do processo, testemunhou de modo ambíguo, quase favorável a esse desonesto indivíduo.
Era óbvio que, perante as circunstâncias que referi, o meu relacionamento com estes colegas não poderia manter-se amigável.
Por último, quero afirmar que, apesar de algumas características pouco abonatórias dos técnicos superiores residentes em Beja, às quais me referi em posts anteriores, sempre tive para com todos eles, grande tolerância, conseguindo, assim, um ambiente de boa camaradagem até à data do inesperado documento acusatório.
À preparação técnica que lhes proporcionei, à franqueza e a lealdade com que sempre os tratei, corresponderam com traição ao SFM e a mim próprio.
Premonitoriamente, em reunião que com eles tive, recordo-me de uma expressão que usei, confiante de que as minhas dúvidas se não justificavam “Eu estou a dar-vos as armas com que vocês poderão, um dia atacar-me!”. E, afinal, as dúvidas transformaram-se em certeza!