A inauguração oficial das novas instalações do SFM ocorreu em Agosto de 1964, com a presença do Presidente da República e de membros do Governo, do Director-Geral em exercício e do Director-Geral cessante.
O projecto destas instalações e o acompanhamento da sua construção ficaram a dever-se, ao Arquitecto António Linhares de Oliveira, que tinha ingressado no SFM como desenhador e que tirara o curso como estudante-trabalhador.
Com surpresa minha e de outros funcionários do SFM, o Director-Geral, recentemente nomeado, não lhe atribuiu a designação que lhe competia.
Designou-as como “Laboratórios da Direcção-Geral de Minas”, menosprezando assim o SFM, perante a passividade do dirigente deste Serviço, que se refugiou num total apagamento na cerimónia inaugural.
Esta foi a primeira indicação de que o novo Director-Geral pretendia exercer, as funções que competiam ao Director do SFM, consciente como estava da mediocridade deste e, também, porque confiava poder ser autor de algumas descobertas.
Se as equipas por mim constituídas tinham conseguido resultados notáveis, porque não poderia ele, com outras equipas, obter idênticos sucessos?
À actuação que teve, neste âmbito, ir-me-ei referir em devido tempo.
Recordo do seu discurso na inauguração, os elogios ao chamado “Estado Novo” da era Salazar e o estilo retórico, denunciando as “vestes sebastianistas” que muito fizeram rir o Engenheiro Castro e Solla que, a meu lado, não conteve os seus perspicazes comentários.
Recordo ainda alguns dos meus colegas constrangidos no fato-macaco que raramente usavam, mas que nesse dia se prontificaram a envergar, para dar mais evidência á sua actividade mineira.
A mim, não convidou a colaborar nessa ridícula atitude teatral, pois sabia de antemão que tal não seria aceite, apesar de saber das minhas muitas horas em trabalhos subterrâneos nos 15 anos em que os dirigi, quando exerci as funções de Chefe da Brigada do Sul.
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