quarta-feira, 18 de março de 2009

53 – Armazém do SFM para testemunhos de sondagens realizadas no Sul do País

Em 1969, começou a surgir, com bastante acuidade, no Sul do País, o problema de armazenamento, em boas condições de conservação e de fácil consulta, dos testemunhos das sondagens executadas e a executar pelo SFM.

Havia, além disso, sondagens efectuadas por empresas privadas, em cumprimento de contratos com o Estado.
Estas empresas, após o termo dos seus contratos, sem resultados positivos quanto a descobertas de jazigos minerais, não se mostravam interessadas na manutenção dos respectivos testemunhos e, nalguns casos, havia cláusula contratual obrigando à entrega deste material de estudo.

Já havia, testemunhos dispersos por diversos locais (Portel, Beja, Moura, Mina de S. Domingos), em precárias condições.

Em 20-6-1969, em reunião com o Director-Geral, na qual esteve presente o Secretário Auditor Jurídico, fiz proposta no sentido de ser adquirido terreno em Beja, para construção de um armazém onde pudessem ser devidamente acondicionados todos esses testemunhos.

A minha proposta teve total receptividade.

Encarreguei a 1.ª Brigada de Prospecção de fazer as diligências necessárias para encontrar terreno nas proximidades de Beja que reunisse as condições adequadas ao fim em vista.

Essas diligências foram coroadas de pleno êxito. Foi encontrado um terreno no Penedo Gordo, a poucos quilómetros de Beja, com a superfície de 15 942 m2 que confinava, de um lado com a estrada nacional Beja – Faro e do outro com estrada para a estação de caminho de ferro, que lhe ficava próxima.

Para este terreno, que estava à venda por preço muito acessível, a Câmara Municipal de Beja, apenas impunha a condição de as edificações respeitarem a distância mínima de 15 metros aos eixos das vias e aos limites da propriedade.

Era minha intenção mandar construir, inicialmente, um módulo que albergasse os testemunhos já existentes e construir novos módulos, â medida que se tornassem necessários, em resultado da evolução dos trabalhos de reconhecimento em curso.

Havia que construir habitação para um fiel do armazém. Assim se daria início a uma série de outras construções, para as quais seriam transferidos os escritórios, as estantes com as amostras de rochas e minérios das áreas onde já tinham incidido os estudos do SFM no Sul do País e o Laboratório de Geoquímica, existentes na Rua D. Frei Amador Arrais.

Já tinha até contactado o Arquitecto António Linhares de Oliveira, autor do projecto das instalações do SFM em S. Mamede de Infesta inauguradas em Agosto de 1964 (V. Post N.º 21), que se prontificou a elaborar o projecto destas construções.

Tendo informado o Director-Geral, em posterior reunião da Comissão de Fomento, da solução que se encontrara para este problema, foi com grande surpresa que ouvi que afinal não era possível a aquisição do terreno do Penedo Gordo! Nem sequer se chegou a apresentar o caso ao Ministério das Finanças.

O problema manteve-se, pois, sem solução racional, durante a minha chefia da 1.ª Brigada de Prospecção, tendo-se corrido sério risco de destruição de muito material valioso.

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